Como comentar uma final histórica como essa? Como começar a difícil missão de escrever sobre algo que estará marcado pra sempre para a história de uma nação?
Não sei.
Nunca soube se sou digno de comentar feitos a respeito da nossa paixão, do nosso Corinthians. Mas hoje, simplesmente as palavras desaparecem.
O Corinthians foi para a Argentina, para uma final de Libertadores, contra um Boca Juniors em sua "temida" La Bambonera.
Enquanto a Fiel era obrigada a escutar de uns e de outros que sairíamos de lá goleados, e sem chances para a conquista do título no segundo jogo. Não desanimávamos, aliás, servia de estímulo para acreditarmos e apoiarmos ainda mais essa religião chamada Corinthianismo.
E esse Corinthians, o nosso Corinthians foi, entrou na "temida" Bambonera, e jogou contra o Papa Libertadores salve-save Boca Juniors. Não temeu. Apenas respeitou. Mas respeito não quer dizer retranca, não quer dizer que ficaríamos impressionados com a "força" da torcida, respeito quer dizer que o objetivo era sair da Argentina com um resultado positivo na bagagem.
E sobre a torcida do Boca hein? Por muitas vezes ouvia a Fiel, lá no fundo, com seus pouco mais de 2 mil pessoas fazendo barulho e apoiando. Eles se assustaram.
E quem diz que o 1x1 não foi um bom resultado?
Decidir no Pacaembu diante da Fiel Torcida é algo marcante, sensacional, mágico...
Como bem lembrou Castan "Agora eles vão conhecer nossa torcida".
E o jogo, como foi?
Bem, o Corinthians fez uma partida equilibrada com os donos da casa durante praticamente todo o jogo, em algumas oportunidades chegamos na área adversária. Apesar de ter mais posse de bola os argentinos sempre paravam na nossa defesa, e quando conseguiram marcar, o timão não perdeu a calma, Tite em seguida colocou o talismã da Fiel Romarinho, (com todo respeito ao Tupãzinho) que no seu primeiro lance, depois de um toque perfeito do Emerson marcou encobrindo o goleiro.
Diferente do Corinthians, o time papa-Libertadores, melhor do melhor do mundo, salve-salve sentiu o gol. A Toda Poderosa torcida se calou e tremeu diante do TIME DO POVO. O Corinthians foi paciente nos últimos minutos de jogo, ainda levou um grande susto em uma bola na trave, mas o resultado ficou no 1x1.
Quem diria que em uma final de Libertadores, jogando no "místico" estádio da Bombonera, o garoto que chegou a pouco tempo atrás marcaria o gol de empate do Corinthians? Quem apostaria que o moleque que no domingo estreou como titular marcando os gols da virada contra o Palmeiras marcaria também o importante gol da Libertadores? Quem diria que aquilo não foi apenas sorte? Quem diria?
A verdade Fiel, é que não sabemos quem é, mal sabemos da onde veio, mas sabemos que com esses três gols, ele já entrou para a nossa história.
Ainda não temos nada decidido, é uma final de dois jogos, 180 minutos. A vantagem é nossa, decidir perante é Fiel será sempre melhor, no entanto, respeitemos o adversário, é um time experiente e traiçoeiro, que sempre traz risco, apesar de nosso grau de confiança estar ultrapassando os 100%.
Esse é o Corinthians, o da final da Libertadores, que fez milhares de pessoas sejam elas corinthianas ou não ficar na frente da TV, vendo o Todo poderoso jogar. O Corinthians que dividiu um país, que fez brasileiros torcerem para argentinos e argentinos torcerem para brasileiros.
Esse é o Corinthians, que se apresentou para aqueles que declararam não conhecer, Esse é o Todo Poderoso Timão Juan Román Riquelme, o time que com a ajuda de São Jorge se consagrará Campeão da América na próxima quarta feira.
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